Pará entrega duas obras de mais de R$ 143 milhões para melhorar serviço

04/10/2025
Considerada a maior estação de tratamento de esgoto do Pará, a ETE Una tem capacidade para tratar até 475 litros de esgoto por segundo, proporcionando uma verdadeira revolução no saneamento da capital paraense.

O Ministério das Cidades entregou dia 2 de outubro as obras da Estação de Tratamento de Esgoto Una (ETE Una) e do sistema de esgotamento sanitário do Complexo do Ver-o-Peso em Belém, no Pará. AS obras somam, juntas, mais de R$ 143 milhões, entre financiamento, repasse de recursos da União e contrapartida do Governo do Pará. As obras foram inauguradas durante a passagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Pará. Considerada a maior estação de tratamento de esgoto do Pará, a ETE Una tem capacidade para tratar até 475 litros de esgoto por segundo, proporcionando uma verdadeira revolução no saneamento da capital paraense. A obra foi contratada em 2008, paralisada por três vezes ao longo dos anos e plenamente retomada e acelerada pelo Ministério das Cidades, em parceria com o Governo do Pará, em fevereiro de 2025.

Como parte do pacote de investimentos de R$ 6 bilhões do Governo brasiliro para a realização da COP 30 em Belém, a conclusão da ETE Una complementa outras obras executadas na capital paraense na área de saneamento, pois é nela em que será tratado o esgoto oriundo de projetos como a Nova Doca e o sistema de esgotamento sanitário do Complexo do Ver-o-Peso, dois dos principais cartões-postais da cidade. Os bairros de Campina, Nazaré, São Braz, Marco, Sacramenta, Umarizal, Fátima, Telégrafo, Pedreira e Reduto serão impactados diretamente com tratamento de esgoto. “Inicialmente, são 90 mil pessoas que vão ser atendidas com esse equipamento, que vai tratar o esgoto que antes era jogado in natura nos rios. Com isso a gente avança em um tema tão importante, que é o saneamento na cidade de Belém. E essa é só a primeira etapa. O objetivo é chegarmos ao número de 350 mil pessoas atendidas por essa estação de tratamento de esgoto”, explicou o ministro das Cidades, Jader Filho. “Como eu ouvi de muita gente durante o dia de hoje: nós temos uma outra Belém, uma Belém que a partir dessas obras se transforma numa Belém melhor. Não é uma Belém que resolveu todos os seus problemas, ainda temos muitos problemas para serem resolvidos, mas avançamos muito”, completou o ministro.

O presidente Lula afirmou que a entrega da ETE Una é um grande passo e leva uma mensagem ao mundo, em um contexto em que Belém se torna uma cidade com destaque global. “É uma revolução para mostrar para os estrangeiros que vierem participar da COP 30, que aqui a gente não brinca em serviço. Aqui a gente trata da floresta, a gente trata dos seres humanos e a gente trata de melhorar a qualidade de vida da cidade. O que vocês vão saber é que ainda não estão todos os problemas resolvidos, mas a verdade é que Belém será outra cidade depois da COP 30. Esperem para ver”, declarou. Para o governador do Pará, Helder Barbalho, a parceria entre o Governo do Estado e o Governo do Brasil possibilitou a concretização deste, que é um marco histórico para o estado. “Com essa obra, fruto da parceria com o Governo Federal, nós estamos entregando e deixando esse legado para a cidade de Belém e para todos que vivem nela. Hoje é um dia histórico para o tratamento de esgoto do Pará. Nós estamos inaugurando a maior estação de tratamento da história do estado. Vamos deixar de ter esgoto ao ar livre e passar a ter tratamento, para cuidar da saúde da população. Portanto, se cuida das pessoas, cuida da saúde e cuida do meio ambiente”, explicou o gestor estadual.

No Ver-o-Peso, os permissionários da maior feira a céu aberto da América Latina comemoram a implantação do sistema de esgotamento sanitário do complexo, que beneficia tanto a feira coberta, quanto outros espaços como os mercados de Ferro, Carne, Solar da Beira e toda a região adjacente, no bairro da Campina e Comércio de Belém. Um total de 16 mil moradores e comerciantes fixos da região serão beneficiados diretamente, além de 50 mil pessoas que trabalham ou frequentam o Ver-o-Peso diariamente.

Esta é a primeira vez, em 398 anos de existência, que o complexo do Ver-o-Peso passa a contar com uma rede de coleta e tratamento de esgoto. O investimento total da obra é de R$ 18,5 milhões, sendo R$ 16,6 milhões em investimento do Ministério das Cidades. O sistema de esgotamento conta com pontos de coleta domiciliar de esgoto em prédios e espaços públicos, residências e estabelecimentos comerciais. Durante a construção e assentamento das tubulações, equipes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) acompanharam a obra para garantir a preservação dos espaços tombados e na catalogação de achados arqueológicos durante os trabalhos de perfuração e escavação do solo.