Investimentos em pesquisas e projetos somam cerca de R$ 116 bilhões por ano
O denominado “Pacote Azul” foi publicitado nos primeiros dias da COP30, e encaminhado pela presidência do evento, para fazer parte da Agenda de Ação que reúne diversas iniciativas sobre os oceanos. O investimento estimado para pesquisas, projetos e ações em relação ao oceano fica em torno de US$ 116 bilhões por ano. O debate é realizado por diferentes grupos e podem convergir para a viabilização de uma gestão regenerativa para as Florestas Marinhas e socioeconômicas que delas dependem. O programa Florestas Marinhas Para Sempre, publicado internacionalmente no início deste ano, foi profundamente discutido no Chile, quando pesquisadores de diversas universidades, lideranças e sociedade organizada lançaram a Declaração de Antofagasta.
No Brasil, o porta-voz tem sido o professor Paulo Horta, pós-doutor titular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), do Centro de Ciências Biológicas. Horta também representa o Instituto Coral Vivo para a sociedade. “O oceano é supercomplexo e responsável pela nossa sobrevivência no Planeta, muito antes de existir a espécie humana e a humanidade. Portanto, não só a vida marinha, mas o pacto civilizatório depende do Oceano”, ensina o professor. Paulo Horta esteve na COP30, onde participou da defesa do programa Florestas Marinhas Para Sempre. “Vemos que um dos principais focos da negociação está na implementação do fundo mundial intitulado Florestas Tropicais Para Sempre, que já recebeu bilhões em promessas de investimento. Mas um parágrafo importante deve ser acrescentado nas mesas de negociação, trata-se do oceano e das Florestas Marinhas”.
Trata-se de um conjunto de ações para viabilizar o financiamento da gestão regenerativa do oceano, conservação, remediação e restauração de áreas degradadas. Envolvendo a sociedade com essas ações, especialmente as frações mais vulneráveis, estima-se garantir economias regenerativas e distributivas, garantindo justiça socioambiental e climática, especialmente para o Sul global. “Essa região gigantesca no Atlântico (que chamamos de Amazônia Azul) e parte do território nacional, têm biodiversidade e importâncias enormes, assim como seus equivalentes terrestres nas regiões tropicais", argumenta o professor, ao complementar que “A pressão da sociedade é fundamental para que a proposta de fato se transforme em política pública". No dia 13 de novembro a proposta do Programa Florestas Marinhas Para Sempre foi entregue para o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, que também está na COP30. Capobianco ficou de analisar a possibilidade de incorporação do programa também nas propostas do ministério.