Abes debaterá crise climática quarta edição do SANEARio
A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental do Rio de Janeiro (ABES-RJ) promoverá, em 29 de outubro, a quarta edição do SANEARio, um dos principais fóruns de debate sobre saneamento e gestão hídrica do estado. O encontro será realizado no Teatro Adolpho Block, no bairro da Glória, Zona Sul da capital fluminense, e terá como tema central “Saneamento e Segurança Hídrica: Desafios e Inovações em um Cenário de Mudanças Climáticas”.
Nos últimos anos, os impactos das mudanças climáticas têm se manifestado de forma cada vez mais intensa: eventos extremos de chuva, secas prolongadas, elevação das temperaturas médias e o aumento da variabilidade pluviométrica colocam em risco o abastecimento e a qualidade da água em várias regiões brasileiras. Esse cenário exige não apenas medidas reativas, mas planejamento de longo prazo e investimentos estruturais no setor de saneamento. Segundo as informações divulgadas, o evento contará com:
- Palestras de especialistas nacionais e internacionais, abordando modelos de saneamento sustentável, casos de adaptação em ambientes urbanos e sistemas inovadores de captação de água de chuva e reuso;
- Mesas temáticas, distribuídas por eixos como governança interinstitucional, financiamento de projetos hídricos e mecanismos de financiamento climático;
- Painéis técnicos e oficinas aplicadas, promovendo intercâmbio entre pesquisadores, gestores municipais e lideranças comunitárias para construção de soluções adaptadas ao contexto local;
- Exposições e estandes institucionais, com experiências de implementação de tecnologias sustentáveis, sensores ambientais e sistemas integrados de monitoramento hidrológico.
Um dos focos centrais será a integração entre diferentes níveis de governo, da União aos municípios, além da articulação com entidades privadas e organizações da sociedade civil, para viabilizar projetos com escala e impacto territorial. Entre os aspectos que serão discutidos destacam-se:
- Financiamento e inovação tecnológica: como viabilizar financeiramente intervenções estruturais em saneamento e água, especialmente em regiões mais vulneráveis e com baixo poder de investimento;
- Adaptação de infraestrutura antiga: redes de abastecimento, estações de tratamento e barragens muitas vezes não estão preparadas para suportar os novos padrões hidrológicos;
- Gestão integrada de bacias e mananciais: a proteção do entorno de rios, reservatórios e nascentes é crucial para garantir a qualidade e a disponibilidade hídrica;
- Participação social e equidade: assegurar que comunidades historicamente vulneráveis também possam usufruir dos benefícios e participem das decisões relativas ao saneamento local;
- Monitoramento e uso de dados: emprego de sensores, imagens de satélite e sistemas de alerta para apoiar a gestão proativa dos recursos hídricos.
Ao reunir diferentes atores e conhecimentos, o evento mira contribuir para articular políticas públicas mais eficazes, conectadas às realidades regional e local, e fortalecer redes de cooperação técnica. Projetos bem-sucedidos apresentados poderão servir como modelos replicáveis para outras cidades e estados.
A expectativa também é que o encontro estimule compromissos concretos e parcerias para implementação de projetos de saneamento, com aporte de recursos públicos, privados e internacionais, especialmente aqueles voltados à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.