Silvicultura e extração vegetal geram R$ 44 bilhões em 2024

25/09/2025
Em comparação com 2019, a produção mais que duplicou, chegando a 140% de aumento. O incremento do valor de produção pode ser explicado pela a associação de mais extração e preços de venda mais altos.

Segundo números da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as florestas brasileiras, sejam naturais ou plantadas geraram produção econômica de R$ 44,3 bilhões em 2024, um crescimento de 16,7% em relação ao ano anterior. Já em comparação com 2019, a produção mais que duplicou, chegando a 140% de aumento.Image removed.Image removed. O incremento do valor de produção pode ser explicado pela a associação de mais extração e preços de venda mais altos.

O levantamento mostra que a silvicultura (produção retirada de áreas plantadas)responde por 84,1% (R$ 37,2 bilhões) da produção econômica florestas, enquanto os demais 15,9% (R$ 7 bilhões) são atribuídos ao extrativismo vegetal. Desde 1998, a produção silvícola supera a extrativa. O gerente de Agricultura do IBGE, Carlos Alfredo Barreto Guedes, ressalta que nem toda forma de extração vegetal é ilegal. “Muito do extrativismo são extrações autorizadas”, diz. A pesquisa aponta que 4.921 dos 5.570 municípios brasileiros registraram produção florestal. Em termos regionais, o Sul (31%) e o Sudeste (34,7%) concentram 65,7% da produção florestal, seguidos pelo Centro-Oeste (13,5%), Norte (11,1%) e Nordeste (9,7%). Com uma produção de R$ 8,5 bilhões em 2024, Minas Gerais responde por 22,8% do total produzido pelo país e ocupa o topo do ranking entre as unidades da federação, seguida pelo Paraná, com R$ 6,3 bilhões (17% do total nacional). Entre os municípios, a lista é liderada pela paranaense General Carneiro, com R$ 674,4 milhões, seguida por Três Lagoas (MS), João Pinheiro (MG), Brasilândia (MS) e Buritizeiro (MG). Todos alcançam a posição de destaque por causa da produção proveniente de áreas plantadas.

A produção econômica da silvicultura é quase que toda (98,3%) de atividade madeireira, dentre as quais temos a produção de papel e celulose com participação (40,1%). Logo depois, encontra-se Madeira em tora para outras finalidades (24,5%), Carvão vegetal (21,4%), Lenha (12,2%) e outros (1,7%). A produção de madeira em tora para papel e celulose atingiu recorde em 2024, chegando a 122,1 milhões de m³, o que contribuiu para que o Brasil fosse campeão mundial em exportação de celulose ─ principal matéria-prima da indústria de papel. Desde 2022, o país superou o Canadá e, em 2024, o Brasil vendeu para o exterior 19,7 milhões de toneladas, gerando US$ 10,6 bilhões. Os principais destinos foram China (43,7%), Estados Unidos (15,8%), Itália (8,8%) e Países Baixos (8,3%). De acordo com o IBGE, a posição de destaque do Brasil na produção de celulose foi alcançada “devido às condições climáticas e de solo favoráveis para o crescimento rápido de florestas, aliadas a investimentos em práticas sustentáveis, que o tornam altamente competitivo no mercado internacional”. A celulose é um dos 700 produtos que ficaram de fora da lista do tarifaço imposto pelos Estados Unidos em agosto de 2025, que impõe taxa de até 50% em cima de parte das exportações brasileiras.

A área de floresta plantada para silvicultora no Brasil chega a 9,9 milhões de hectares (ha), em 3.552 municípios, ou praticamente o tamanho do estado de Pernambuco. Dessa área, 77,6% são dedicados ao cultivo do eucalipto, à frente de pinus (18,6%) e outras espécies (3,8%). O eucalipto é a madeira utilizada em praticamente toda obtenção de carvão vegetal (98,4%), 86,9% da lenha e 87,4% para papel e celulose. “O eucalipto tem muita diversidade de uso e um crescimento muito rápido, em torno de sete a oito anos. Se adaptou muito bem aqui em solo brasileiro, se adaptou muito bem ao clima”, comenta o analista Carlos Alfredo Guedes. A preferência se explica por características da espécie, incluindo o tempo necessário para cultivo comparando com o pinus, que leva de dez a 12 anos para ser colhido.