Plano nacional promete mais árvores nas ruas do país
Em meio ao conjunto de negociações e compromissos que marcam a COP30, realizada em Belém (PA), o governo brasileiro lançou nesta quinta-feira (13/11) o Plano Nacional de Arborização Urbana (Planau), voltado a expandir de modo significativo a cobertura vegetal das cidades brasileiras. A iniciativa, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e da Mudança do Clima (MMA), estipula metas ambiciosas: alcançar 65% da população vivendo em ruas com pelo menos três árvores, bem como a expansão de 360 mil hectares de áreas verdes até 2045.
O plano se fundamenta na chamada estratégia “3+30+300”, proposta pelo pesquisador Cecil Konijnendijk: para cada morador, três árvores na rua; para cada bairro, 30% de área verde; e todos os habitantes vivendo a no máximo 300 metros de um espaço verde. Assim, pretende-se promover não apenas o aumento da arborização, mas também o fortalecimento da biodiversidade urbana, melhoria da qualidade do ar, das condições térmicas das cidades e da resiliência aos impactos climáticos.
Segundo o secretário nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do MMA, Adalberto Maluf, os níveis atuais de arborização urbana no Brasil estão aquém dos padrões adequados — com média nacional de 28,2% de cobertura vegetal urbana, segundo dados do MapBiomas para 2024. A meta, portanto, representa um salto considerável em relação à situação vigente, com implicações que vão além da estética do paisagismo: trata-se de uma política pública de mitigação e adaptação climática, conectada à agenda de cidades mais sustentáveis.
A operacionalização do Planau envolve mecanismos de articulação entre governo federal, estados e municípios, além de parcerias com a sociedade civil, comunidade científica e setor privado. O lançamento na COP30 traduz a ambição do Brasil de demonstrar, no fórum internacional, que suas cidades estão preparadas para contribuir com a agenda climática de baixo carbono — e que a transformação verde urbana será parte integrante desse movimento. Com isso, espera-se que a expansão de áreas verdes nas zonas urbanas se torne um instrumento essencial da política de enfrentamento das mudanças climáticas no país.