Da Eco-92 à COP30: três décadas para conter a crise climática
A conferência Eco-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992, marcou o ponto de partida institucional para o enfrentamento global da mudança climática, ao instituir a Convenção‑Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e lançar os princípios de desenvolvimento sustentável que viriam a orientar as negociações internacionais. Desde então, múltiplas conferências das partes (COPs) sucederam-se, ampliando o escopo de ações, o financiamento climático e a adaptação às consequências já em curso.
Em 2025, o Brasil assume papel central ao sediar a COP30 em Belém (PA), símbolo de que a agenda amazônica e climática se entrelaçam de modo crescente. O encontro acontece num momento em que a crise climática se agrava e o multilateralismo global enfrenta tensões: a urgência de ações conjuntas rumo à mitigação, adaptação e financiamento climático torna-se mais evidente do que nunca.
Analistas apontam que toda essa trajetória revela avanços importantes — como maior atenção científica, compromissos amplificados e maturação do debate público — mas também lacunas persistentes: metas não cumpridas, financiamento insuficiente e desafios de governança que abrem brechas para escaladas de impactos ambientais e sociais. À medida que COP30 se aproxima, o desafio consiste menos em reafirmar diagnósticos e mais em concretizar atitudes transformadoras no plano global, regional e local.