Brasil pode receber investimentos privados de R$ 372 bi até 2029

26/11/2025
Apenas o setor rodoviário deverá atrair R$ 288 bilhões, reforçando a importância da previsibilidade regulatória e da segurança jurídica para destravar investimentos.

O PAINEL 2025 – Pacto pela Infraestrutura Nacional e Eficiência Logística, promovido pelo Instituto Besc, revelou que o Brasil deverá receber R$ 372 bilhões em investimentos privados em infraestrutura entre 2025 e 2029, impulsionados pela ampliação das concessões em rodovias, ferrovias e mobilidade urbana. O número foi divulgado durante o painel “Visão de Longo Prazo: as Concessões”, mediado por Marcelo Perrupato (Magna Participações), que destacou o papel do capital privado como motor do desenvolvimento. Apenas o setor rodoviário deverá atrair R$ 288 bilhões, reforçando a importância da previsibilidade regulatória e da segurança jurídica para destravar investimentos.

Para Clóvis Magalhães, secretário adjunto de Logística e Transportes do Governo do Rio Grande do Sul, o plano estadual apresentado no evento poderá conceder 1,3 mil km de rodovias, com aportes de R$ 10 bilhões, além de novos projetos ferroviários e aeroportuários regionais. Ele ressaltou a necessidade de incorporar o risco climático ao planejamento das concessões, tema que ganhou destaque após os recentes eventos extremos no Sul do país.

Entre as soluções inovadoras, o público conheceu o aeromóvel, tecnologia de transporte 100% brasileira e sustentável, apresentada por Humberto Neiva, da Aerom Mobilidade Sustentável. O sistema já opera em Porto Alegre e será implantado no Aeroporto Internacional de Guarulhos, ligando os terminais à estação de metrô em apenas seis minutos, com 90% menos consumo de energia em relação a outros modais elétricos. Outro destaque do evento foi o debate sobre inteligência logística, que abordou os caminhos para integrar rodovias, ferrovias, portos e terminais aduaneiros. Everaldo Fiatkoski Júnior, do Porto Seco Centro-Oeste, defendeu a Ferrogrão como projeto estratégico para conectar o Centro-Oeste aos portos do Arco Norte. Já Gabriel Toscano Bandeira, da Infra S.A., apresentou o Plano Nacional de Logística 2050, que prevê maior participação de ferrovias e hidrovias e redução da dependência do modal rodoviário, hoje responsável por 63% do transporte de cargas no país. Ao final, os especialistas concordaram que sem planejamento de longo prazo, integração multimodal e inovação tecnológica, o Brasil continuará refém de gargalos logísticos que encarecem a produção e reduzem a competitividade.