Mulheres avançam no saneamento e quebram barreiras históricas
A presença feminina no setor de saneamento no Brasil ainda é limitada, mas vem crescendo gradualmente nas últimas décadas. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, menos de 25% da força de trabalho do segmento é composta por mulheres, e esse número diminui ainda mais quando se trata de cargos técnicos ou de liderança, como engenharia e gestão operacional. Historicamente associado ao universo masculino, o saneamento enfrenta o desafio de quebrar estigmas e abrir espaço para a diversidade, tornando-se mais inclusivo e representativo.
A sub-representação feminina em funções técnicas não é exclusiva do saneamento. De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), apenas 18% dos registros ativos na engenharia pertencem a mulheres. Essa realidade se reflete em áreas como operação de sistemas hídricos, planejamento e execução de obras, que por muito tempo foram consideradas “pesadas” ou “masculinas”. A mudança desse cenário depende de políticas de incentivo à inclusão, valorização da competência profissional e estímulo à formação de mulheres em cursos de engenharia e áreas correlatas.
Exemplos positivos já surgem em empresas que apostam na diversidade como estratégia de crescimento. A NeoAcqua, especializada em soluções de tratamento de água e esgoto, tem investido na ampliação da presença feminina em seu quadro técnico e de gestão. Em Santa Catarina, 14 mulheres atuam diretamente em operações fabris, engenharia, suprimentos e liderança, enquanto na unidade de São Paulo cinco profissionais ocupam funções técnicas e administrativas. Para a CEO Sibylle Muller, que soma mais de 20 anos de experiência no setor, dar oportunidades iguais e valorizar a formação e competência é fundamental para o desenvolvimento de equipes equilibradas e inovadoras.
O fortalecimento da participação feminina no saneamento depende de um esforço conjunto entre instituições de ensino e empresas, promovendo mentorias, capacitação e reconhecimento do talento individual, independentemente do gênero. A experiência de companhias como a NeoAcqua demonstra que romper padrões é possível e benéfico para todo o setor. Ao abrir portas para mulheres capacitadas em engenharia, operação e liderança, o saneamento avança rumo a um futuro mais equitativo e inovador, em que o mérito e a competência são os verdadeiros critérios para ocupar espaço.