São Paulo retira 21 mil toneladas de resíduos do Pinheiros
A Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo em parceria com a Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) registrou um aumento de 21% na coleta de lixo flutuante no Rio Pinheiros no primeiro semestre de 2025. Entre janeiro e junho, os barcos recolheram aproximadamente 21 mil toneladas de resíduos do afluente, contra cerca de 18 mil toneladas no mesmo período do ano anterior. Em 2024, ao longo de todo o ano, foram retiradas mais de 38,2 mil toneladas de lixo do rio.
Desde 2023, o Governo de São Paulo já retirou 94,9 mil toneladas de lixo e investiu mais de R$ 161 milhões na limpeza do Rio Pinheiros, o principal afluente do Tietê, recurso que poderia ser investido em outras políticas públicas.
O trabalho é realizado pela SP Águas, agência estadual responsável pela gestão hídrica, que opera um barco ao longo dos 25 km do rio para a retirada dos resíduos. Entre os materiais mais coletados estão garrafas PET, isopor (como marmitas descartáveis) e brinquedos (como bolas e bonecas). Também são frequentes objetos de maior volume, como sofás e colchões, que comprometem a qualidade ambiental do afluente. “Esta ação do Lixômetro busca conscientizar a população que transita ao longo do rio e alertar aqueles que ainda descartam lixo de forma irregular. O Rio Pinheiros é um dos afluentes mais importantes do Rio Tietê, que forma a maior bacia hidrográfica do Estado. Como sociedade, temos a responsabilidade de preservar este importante recurso para as gerações futuras”, comentou a diretora-presidente da SP Águas, Camila Viana.
Essa poluição difusa – que chega ao rio vinda de diversos lugares – é resultado da ação humana, com o lançamento direto de lixo no rio ou pelas chuvas, que arrastam a sujeira das ruas até a bacia do Pinheiros. Jaguaré, Itaim Bibi, Morumbi, Guarapiranga, Vila Olímpia, Panamby e Capão Redondo são alguns dos bairros próximos ao afluente de onde podem vir os detritos, afetando também os animais que vivem no entorno do rio, como capivaras e diversos tipos de pássaros. “A participação da sociedade é fundamental para o sucesso da despoluição do rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros. Atitudes simples, como o descarte correto do lixo, fazem toda a diferença na preservação e limpeza do rio. A remoção dos resíduos flutuantes é apenas uma parte deste trabalho, que é um desafio enorme e beneficia não apenas a fauna e a flora, mas também a qualidade de vida da população do entorno, que hoje pode praticar atividades físicas às margens do rio", comentou o subsecretário de Recursos Hídricos e Saneamento Básico da Semil, Cristiano Kenji.
O Lixômetro está no Parque Bruno Covas, próximo à Casa Conectada, na entrada sentido bairro Interlagos, via Marginal Pinheiros. O painel registra e exibe os dados de coleta de forma visível para o público. O Pinheiros é composto por dois canais: o superior, com 15 km de extensão, que vai da Usina de Pedreira até a Usina São Paulo (antiga Usina de Traição); e o inferior, com 10 km, que vai da Usina São Paulo até o encontro com o Rio Tietê, na Estrutura de Retiro, perto da Rodovia Castello Branco.
IntegraTietê. Para melhorar a qualidade do Rio Tietê e seus afluentes, como o Pinheiros, o Governo de São Paulo, por meio do Programa IntegraTietê e em parceria com outros agentes, tem implementado uma série de ações como a expansão do saneamento básico, o monitoramento da qualidade da água, o desassoreamento, o combate ao lixo e a recuperação da fauna e flora.
Apenas no Rio Pinheiros, a SP Águas retirou mais de 443.090 m³ de sedimentos desde 2023 por meio do desassoreamento, que visa remover materiais diversos (principalmente areia, além de lixo, galhos, folhas e terra das margens). Essa ação busca aumentar a capacidade dos rios para absorver as chuvas, contribuindo para evitar enchentes, melhorar as condições hídricas e, consequentemente, beneficiar a vida silvestre do entorno. O investimento no afluente foi de R$ 56,1 milhões. Desde 2023, o Estado de São Paulo já retirou quase 3,5 milhões de m³ de sedimentos, sendo 3 milhões de m³ apenas dos rios Tietê e Pinheiros e aproximadamente meio milhão de m³ dos piscinões da Região Metropolitana. O volume total equivale à carga de mais de 291 mil caminhões basculantes. Até maio de 2025, foram investidos mais de R$ 625 milhões nessas ações, dos quais R$ 125,8 milhões foram destinados à limpeza dos piscinões.