Mato Grosso do Sul Avança na universalização
Cinco anos após a criação do Marco Legal do Saneamento, o cenário brasileiro ainda enfrenta desafios significativos para levar água tratada e coleta de esgoto a toda a população. Entretanto, em meio ao ritmo lento observado em grande parte do país, Mato Grosso do Sul desponta como uma exceção positiva. O estado não apenas avançou de forma consistente na expansão do saneamento básico, como também se tornou referência na implementação de políticas públicas e modelos de gestão que têm garantido resultados concretos. Esse desempenho coloca o estado em posição de destaque no debate nacional sobre infraestrutura e universalização dos serviços essenciais.
Segundo o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio, a uma política pública bem estruturada, com planejamento estratégico consistente e apoio Executivo direto. A parceria público-privada firmada com a empresa Ambiental MS Pantanal para avanços no esgotamento sanitário figura como componente essencial desse processo de aceleração.
Em contrapartida, o cenário nacional apresenta sinais preocupantes: segundo estudo do Instituto Trata Brasil, divulgado em 2025, o Brasil continua sem registrar evolução significativa nos indicadores de saneamento desde a aprovação do marco legal. Estima-se que aproximadamente 34 milhões de brasileiros ainda vivam sem acesso à água tratada, e mais de 90 milhões sem coleta e tratamento de esgoto.
O contraste entre o desempenho sul-mato-grossense e o resultado agregado nacional reforça a importância da governança local, da execução de obras e do acompanhamento estratégico sistemático. Além disso, o estado definiu como meta antecipar em dois anos os prazos estabelecidos para toda a União — ou seja, buscar universalizar 99 % da população com água potável e 90 % com esgotamento sanitário até 2031, em vez de 2033.
O desafio agora é manter o ritmo dos investimentos e das obras num contexto em que o licenciamento ambiental, a mobilização de recursos e a execução física de redes e sistemas demandam longo prazo. A experiência de Mato Grosso do Sul mostra que os fatores de planejamento, contrato e gestão importam tanto quanto o volume de recursos — e, para o país como um todo, esse pode ser um caminho para romper o fosso entre o discurso e a universalização efetiva do saneamento básico.