IPT lança projeto Reminera para agregar valor a materiais já utilizados

08/10/2025
O projeto reunirá centros de pesquisas, empresas e atores estratégicos com foco em inovação, desenvolvimento tecnológico e criação de novos modelos de negócios voltados à economia circular.

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) acaba de lançar o projeto Reminera com o objetivo de transformar resíduos em novas fontes de valor, promovendo o conceito de ‘reminerar’ materiais já utilizados. O projeto reunirá centros de pesquisas, empresas e atores estratégicos com foco em inovação, desenvolvimento tecnológico e criação de novos modelos de negócios voltados à economia circular.

A Reminera (acrônimo para Rede de Mineração Urbana e Reciclagem Avançada) irá mobilizar, fortalecer e conectar iniciativas, com a meta de transformar desafios ambientais e industriais em oportunidades de mercado. A ideia da mineração urbana envolve a transformação de produtos pós-consumo em matérias-primas para que sejam reutilizadas na produção de novas mercadorias, extraindo materiais de valor para reciclagem a partir do resíduo produzido nas cidades, como o descarte de aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos inutilizados ou quebrados, evitando a necessidade da extração da natureza. As quatro principais frentes de atuação da iniciativa são desenvolver tecnologias avançadas de reaproveitamento de materiais; estruturar novos mercados baseados na economia circular; fomentar modelos de negócios inovadores e sustentáveis, e gerar impacto econômico, social e ambiental positivo para empresas e sociedade.

“Metais como prata, ouro, paládio, cobre, ferro e alumínio podem atingir altas taxas de reaproveitamento, desde que haja pré-tratamento adequado e separação dos resíduos, mas a gestão atual do resíduo eletrônico ainda não garante esse nível de eficiência globalmente”, afirma Sandra Lúcia de Moraes, diretora da Unidade Materiais Avançados do IPT e coordenadora do projeto. O Monitor Global de Resíduo Eletrônico (GEM) da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou que, em 2022, foram geradas 62 milhões de toneladas de resíduo eletrônico no mundo, das quais 31 milhões de toneladas eram metais. Apenas 19 milhões de toneladas foram recuperadas – ou seja, 12 milhões de toneladas de metais foram perdidas. A iniciativa coordenada pelo IPT tem o apoio de empresas como a Cecil Laminação de Metais, a Tramppo, a Tupy e a Stellantis, além de instituições estratégicas como a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM), a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a SAE Brasil.