Inovação com coco de piaçava em usina de biodiesel na Bahia é destaque na COP30
A Binatural Bahia, comumente chamada apenas de Binatural, levou um case de sucesso à COP30: o uso do coco de piaçava no aquecimento de suas caldeiras durante a produção de biodiesel. A iniciativa, já em implementação na planta baiana, ganhou atenção internacional por unir eficiência energética, valorização de comunidades locais e respeito ao meio ambiente.
O CEO da empresa, André Lavor, apresentou a inovação ao público presente no painel “Do campo às fábricas: Inovações que impulsionam a sustentabilidade”, promovido pela Amcham-Brasil. Na ocasião, ele dividiu o palco com Ana Luci Grizzi (mediadora) e os executivos Andre Argenton (Dow) e Jason Weller (JBS), em uma conversa que destacou práticas sustentáveis de toda a cadeia produtiva.
Segundo André Lavor, a adoção do coco de piaçava como fonte de energia térmica nasceu de uma busca por maior eficiência e menor impacto ambiental. “O coco de piaçava tem um excelente poder calorífico, garantindo desempenho superior no aquecimento das caldeiras. Além disso, estamos fomentando a agricultura familiar local, que coleta e fornece esse insumo — inclusive o saco de juta usado no processo — gerando renda para pequenos produtores. É uma solução que respeita o bioma da Mata Atlântica, já que esse coco antes era totalmente desperdiçado. Hoje, ele é usado como biomassa na produção de energia renovável”, ressaltou.
O executivo também esteve nos debates “Mobilidade Urbana Sustentável / Descarbonização da Mobilidade Urbana: Políticas para Cidades Sustentáveis e Inclusivas”, organizado pela Fundação Dom Cabral (FDC), e “Biodiesel como fonte de energia em usinas termelétricas”, promovido por 13 entidades dos setores energético e automotivo.
Nesses encontros, o CEO reforçou que o biodiesel é uma solução pronta e madura para a descarbonização de setores como transporte rodoviário, marítimo, mineração, ferroviário e geração termelétrica. Para ele, o biocombustível representa também segurança energética nacional, graças à abundância de matérias-primas disponíveis no Brasil.