Indústrias precisam adotar práticas que assegurem o tratamento eficiente das águas e efluentes

04/06/2025
A contaminação de rios, oceanos, lagos e lençois subterrâneos por microplásticos, produtos químicos e efluentes industriais compromete ecossistemas, afeta a biodiversidade e representa riscos diretos à saúde humana.

Segundo dados do Instituto Trata Brasil, em janeiro de 2025, um volume de 162 mil piscinas olímpicas de esgoto não tratado foi despejado no meio ambiente, o que representa 405 milhões de m³ de água, revelando a urgência de ações contínuas de monitoramento, investimento em saneamento e preservação dos recursos hídricos. A contaminação de rios, oceanos, lagos e lençois subterrâneos por microplásticos, produtos químicos e efluentes industriais compromete ecossistemas, afeta a biodiversidade e representa riscos diretos à saúde humana.

Um estudo de pesquisadores brasileiros classificou o Rio dos Bugres, localizado no sistema estuarino entre Santos e São Vicente, no litoral de São Paulo, como o segundo mais poluído por microplásticos do mundo. Diante desse cenário, torna-se essencial discutir o papel das indústrias na mitigação da poluição hídrica. Afinal, em suas atividades, elas geram uma grande quantidade de efluentes com cargas orgânicas elevadas. “A correta gestão dos resíduos líquidos gerados por empresas dos setores urbanos e industriais é fundamental para a preservação ambiental”, ressalta Paulo Paschoal, diretor de Operações da Opersan, especialista em soluções ambientais. De acordo com ele, as empresas têm uma grande responsabilidade no sentido de contribuir para a qualidade da água devolvida à natureza após o uso nos processos produtivos.

Para Paschoal, as indústrias precisam adotar práticas que assegurem o tratamento eficiente das águas e efluentes gerados em seus processos, de forma a contribuir para a proteção dos mananciais e a segurança no abastecimento humano. “Tecnologias avançadas, como os sistemas de membranas, incluindo ultrafiltração e osmose reversa, não apenas garantem a remoção eficiente de poluentes, como também possibilitam o reúso seguro da água, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos e para a sustentabilidade ambiental”, afirma o especialista. “Esse tipo de solução é cada vez mais necessário diante da realidade dos mananciais brasileiros que, embora representem a maior reserva de água doce do planeta, já apresentam níveis preocupantes de poluição e contaminantes que não são eliminados por processos convencionais de tratamento”, explica.

Uma pesquisa realizada pela Bain, em parceria com a EcoVadis, indica que empresas que focam em práticas consistentes nas áreas ambiental, social e de governança possuem maior lucratividade. Esses dados evidenciam que investir em ESG, além de ser uma obrigação ética e social, tornou-se uma estratégia de negócios essencial para quem busca longevidade, reputação positiva e retorno financeiro no mercado atual. Na Semana do Meio Ambiente, as alarmantes constatações da poluição de mananciais, como o Rio dos Bugres, servem como um lembrete da urgência de ações cada vez mais efetivas. “Mais do que atender a exigências legais, investir no tratamento adequado de efluentes e incentivar o reúso da água são medidas essenciais para proteger os recursos hídricos, preservar a saúde pública e a construção de um futuro ambientalmente mais sustentável”, finaliza o diretor da Opersan.