Google lança IA que monitora mudanças climáticas em tempo real

31/07/2025
Ferramenta integra dados históricos e atuais para prever impactos ambientais e fortalecer estratégias contra as mudanças climáticas.

O Google lançou AlphaEarth Foundations, a inteligência artificial projetada para mapear e acompanhar, em escala planetária, as transformações ambientais e mudanças climáticas da Terra. A plataforma transforma dados observacionais — de satélites, sensores e fontes públicas — em mapas coloridos e estruturados, revelando variações na vegetação, recursos hídricos, uso do solo e infraestrutura. Atuando como um “satélite virtual”, ela oferece uma visão detalhada em locais remotos ou com cobertura limitada de imagens.

O diferencial está na capacidade de processar rapidamente grandes volumes de dados integrados, por meio da tecnologia Satellite Embedding, centralizada no Google Earth Engine, que consolida informações históricas e recentes em visualizações contínuas e acessíveis. Essa integração permite gerar snapshots anuais para monitorar tendências, simplificando pesquisas sobre desmatamento, expansão urbana, segurança alimentar e gestão hídrica — ferramentas importantes para cientistas, governos e organizações de sustentabilidade.

Além de ampliar o entendimento das transformações ambientais, a iniciativa se soma a outras aplicações ambientais de IA do Google. Modelos como GraphCast e GenCast, desenvolvidos para previsões meteorológicas e extremos climáticos, já demonstraram desempenho superior aos métodos tradicionais, com maior rapidez e eficiência energética. Essas soluções colaboram para a mitigação de riscos, como incêndios, enchentes, ondas de calor e frio extremo.

Especialistas destacam que ferramentas como a AlphaEarth Foundations podem contribuir com a adaptação climática e a resiliência de ecossistemas frágeis, como florestas tropicais e regiões costeiras. O modelo já foi testado em parceria com organizações como MayBiomas e o Global Ecosystems Atlas, proporcionando análises em áreas remotas como a Antártica e territórios florestais do Canadá e do Brasil com precisão até 23,9 % maior que sistemas concorrentes. Ao facilitar o acesso a dados ambientais complexos e atualizados, a iniciativa reforça a atuação centrada na ciência aberta e tomada de decisão baseada em evidências para combate às mudanças climáticas.