Brasil mantém taxa média de 99% de reciclagem

07/06/2025
A média do índice de reciclagem entre 2019 e 2023 foi de 98,7%, com destaque absoluto para os dois últimos anos: 100% em 2022 e 99,7% em 2023.

Segundo o último dado consolidado da Abralatas, divulgado em junho de 2024, o Brasil comercializou 389,8 mil toneladas de latas, quase 14 mil a mais do que em 2019, quando o volume era de 375,7 mil toneladas. Mais do que um sinal de expansão de mercado, esse aumento representa também um desafio logístico que o Brasil tem conseguido superar com excelência. De 2019 a 2023, o mercado de latas de alumínio para bebidas aumentou de forma consistente, impulsionado por novas categorias de consumo, mudanças de hábito e preferência por embalagens mais sustentáveis e o sistema de reciclagem de latas não apenas deu conta do recado, mas se fortaleceu.

A média do índice de reciclagem entre 2019 e 2023 foi de 98,7%, com destaque absoluto para os dois últimos anos: 100% em 2022 e 99,7% em 2023. Em termos absolutos, isso significa que o país reciclou, em 2023, mais de 395 mil toneladas de alumínio, equivalente a mais de 32 bilhões de latas, reaproveitando praticamente tudo que foi colocado no mercado. “Há cinco anos, já reciclávamos em níveis elevados. Mas o que impressiona é a consistência. O volume aumentou, o consumo aumentou — e mesmo assim, seguimos reciclando praticamente todo o montante colocado no mercado. É um sistema que amadureceu, que tem escala e que funciona”, destaca Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, entidade gestora responsável por garantir o cumprimento das metas de reciclagem do setor.

Esses números colocam o Brasil como um dos países do G20 com as melhores taxas médias -  entre 60% e 80% - e operando num patamar muito próximo da totalidade. O estruturado ao longo de décadas, pode servir como referência para outras nações, especialmente da América Latina, África e Ásia, onde o avanço da economia circular ainda enfrenta obstáculos. O Brasil possui uma cadeia integrada composta por 25 unidades fabris, 39 centros de coleta e o trabalho de mais de 800 mil catadores, que hoje representam um dos elos mais importantes dessa engrenagem circular. “Reciclar com esse nível de eficiência não é algo pontual — é resultado de um modelo sólido, de anos de estruturação e de políticas públicas que funcionam quando são bem aplicadas”, completa Paquet.

Além da performance operacional, a lata de alumínio carrega atributos ambientais inegáveis, como o menor ciclo de reciclagem entre as embalagens de bebidas — cerca de 60 dias, apresenta a menor pegada de carbono e hídrica do setor, segundo estudos do Instituto Sphera, na Alemanha, e é 100% reciclável. Para a Recicla Latas, os próximos passos do setor envolvem ampliar a conscientização, investir em capacitação e apoiar municípios para expandir a coleta seletiva, reforçando o compromisso do setor com a economia circular e com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).