BNDES aprova financiamento de R$ 450 milhões para planta em Paulínia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou o financiamento estimado de R$ 450 milhões para a Biometano Verde Paulínia S.A. (BVP) construir uma planta de purificação de biogás em biometano no Ecoparque Orizon VR, em Paulínia (SP). A BVP é a razão social da Onebio, parceria entre a Edge, empresa do grupo Cosan, e a Orizon VR. Do valor total, cerca de 80% serão financiados com recursos do Fundo Clima e 20% por meio da linha Finem. O acordo tem vigência de 16 anos e vencimento final em 15 de setembro de 2041.
A Onebio receberá todo o biogás gerado a partir de resíduos urbanos do aterro sanitário em Paulínia, maior planta de biometano do Brasil, com capacidade de produzir até 225 mil m³ diários de gás de origem renovável. Na fase de construção deverão ser gerados três mil empregos diretos e indiretos para contribuir com o desenvolvimento regional e avanço da economia de baixo carbono no Brasil. “O financiamento aprovado pelo BNDES está alinhado com a determinação do governo do presidente Lula de investir na transição energética para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Esse projeto vai produzir biometano a partir do biogás gerado pelos resíduos depositados no aterro, evitando a emissão de 100,7 mil toneladas de CO2 equivalentes por ano”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Para o CEO da Edge, Demetrio Magalhães, o financiamento é um incentivo à economia de baixo carbono no Brasil. “O biometano é uma fonte energética 100% renovável que impulsiona a economia circular ao transformar resíduos urbanos, industriais e agrícolas em gás natural. Uma alternativa ideal como solução de descarbonização, o biometano diminui em quase 90% as emissões de CO2 quando comparado ao diesel, por exemplo, além de ter a vantagem de aproveitar toda a infraestrutura e escala já existentes no gás natural para sua logística. O apoio do Fundo Clima e da linha Finem é muito importante para aumentar a competitividade e investimento no biometano, permitindo que essa solução chegue a um número crescente de indústrias e contribua para a descarbonização de frotas pesadas, como caminhões e ônibus”. Já Milton Pilão, CEO da Orizon VR, comenta que a planta de Paulínia é pioneira para que o Brasil consiga expandir a produção de biometano em larga escala a partir de aterros sanitários. "A planta de Paulínia é mais um exemplo de geração de biometano a partir dos resíduos sólidos urbanos, adotando a estrutura já implementada em nossa planta de Pernambuco. Servirá de modelo para a expansão futura em outros aterros sanitários da empresa que também irão gerar biometano. O crédito reforça o valor ambiental do projeto, que transforma resíduos urbanos em energia limpa, contribuindo para a redução de emissões de gases de efeito estufa e substituindo combustíveis fósseis”.