América Latina tem avanços, mas ainda há muito a ser feito

08/07/2025
Os combustíveis fósseis continuam sendo uma importante fonte de energia, no entanto, os países selecionados têm trabalhado para reduzir sua dependência deles.

De acordo com o relatório “Benchmarking Latin America energy markets” da Wood Mackenzie, a América Latina está progredindo na redução de suas emissões de carbono e na adoção de fontes de energia mais sustentáveis. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para atingir as metas climáticas globais. A análise se concentra nas seis maiores economias da região em termos de PIB, que apresentam avanços mais notáveis nessa área: Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile e Peru. “Esses países compartilham amplas semelhanças estruturais: dependência de combustíveis fósseis e exportações de minerais, crescente urbanização e crescente demanda por energia”, disse Gerado Bocard, analista de pesquisa da Wood Mackenzie.

Os combustíveis fósseis continuam sendo uma importante fonte de energia, no entanto, os países selecionados têm trabalhado para reduzir sua dependência deles. O Brasil lidera esse compromisso e espera-se que seu uso seja reduzido para 49% até 2050. O México continua fortemente dependente de combustíveis fósseis, com sua participação diminuindo modestamente de 95% para 86% até 2050. O Chile fez progressos significativos em fontes de energia renováveis, que representaram 70% de sua eletricidade até o final de 2024, posicionando-se como líder na adoção de energia limpa em toda a América Latina. Alguns países, como Brasil e Colômbia, expandiram o uso de energia hidrelétrica, enquanto a energia nuclear desempenha um papel menor, presente apenas no México, Argentina e Brasil. Em toda a região, a energia solar, eólica e os biocombustíveis estão apresentando um aumento significativo, aproveitando os ricos recursos naturais.

Em toda a região, há 167 projetos de hidrogênio de baixo carbono e 58 projetos de captura, utilização e armazenamento de carbono (CCUS) anunciados. O Brasil lidera com 43 projetos, incluindo 24 milhões de toneladas de capacidade de CCUS em operação e 11,5 milhões de toneladas em desenvolvimento. A América Latina está vivencia atualmente um aumento repentino nas iniciativas de hidrogênio verde em diferentes fases de progresso. No momento, 82 projetos estão em andamento, predominantemente no Chile, Brasil e Argentina. Além disso, vários outros projetos foram declarados e estão em vários estágios de desenvolvimento em toda a região.

Esses desenvolvimentos destacam as diversas abordagens adotadas por diferentes países da região. "Podemos ver como alguns desses países obtêm benefícios de mercados internos maiores, enquanto outros dependem de influências externas, como importação e exportação de diferentes commodities", comentou Bocard. "No entanto, apesar do progresso, ainda há trabalho a ser feito para termos um futuro energético sustentável e resiliente. Esforços colaborativos, políticas direcionadas e investimentos serão cruciais para atingir as metas de zero líquido", disse Bocard.