Parceria ABAL/ANCAT vai mapear realidade dos catadores no Brasil
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) e a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (ANCAT) firmaram parceria para realizar mapeamento inédito sobre a realidade socioeconômica e operacional dos catadores autônomos no centro da capital paulista. O estudo irá detalhar o dia a dia dos trabalhadores, trajetos, renda média e desafios enfrentados por quem tem papel essencial na economia circular e na sustentabilidade urbana. Além da coleta e sistematização de dados, a iniciativa prevê ainda a elaboração de uma proposta técnica e operacional, com cenários de investimento, recomendações práticas e estratégias para ampliar a renda dos catadores e fortalecer a reciclagem urbana.
Atualmente, o Brasil é referência em reciclagem de alumínio e, em 2024, 57% do consumo nacional do metal teve origem em alumínio reciclado – índice quase duas vezes superior à média global e sustentado, em grande parte, pela coleta urbana. Um exemplo desse desempenho é o das latas para bebidas, cujo índice de reciclagem atingiu 97,3% no último ano, consolidando o país como líder mundial nesse segmento. Apesar do protagonismo e liderança, a cadeia da reciclagem ainda enfrenta obstáculos principalmente relacionados à informalidade do setor, que limita o acesso a informações precisas para apoiar políticas públicas de incentivo. Entre os principais desafios estão a criação de instrumentos de rastreabilidade, mecanismos de acesso a financiamento para modernização do maquinário, aumento da eficiência logística e ganhos de produção em escala. Avançar nessas frentes é fundamental para assegurar maior capitalização dos catadores, permitir que os benefícios da reciclagem sejam mais bem distribuídos ao longo da cadeia e transformar uma vantagem competitiva já consolidada em vantagem comercial para a indústria de transformação brasileira.
“A sucata é um insumo estratégico para o setor, pois viabiliza a produção de alumínio de baixo carbono e fortalece o protagonismo do país na transição sustentável. Mas é essencial também valorizar e fortalecer as empresas comprometidas com investimentos em agregação de valor e na transformação em território nacional, com produtos inovadores e competitivos no cenário global. Dessa forma, consolidamos o alumínio como vetor de desenvolvimento sustentável e de competitividade internacional”, disse a presidente-executiva da ABAL, Janaina Donas. O presidente da ANCAT Roberto Rocha comenta que o momento é importante para dialogar com o setor de alumínio por ser tratar de um termo de cooperação técnica, com o objetivo de mapear os catadores da cidade de São Paulo. “Este tipo de acordo e cooperação possibilita avançarmos nos processos de organização desses trabalhadores. Um acordo fundamental e significativo para toda a categoria. Um momento importante entre os setores, além de debatermos políticas públicas essenciais e objetivas para os catadores de materiais recicláveis”, afirma Rocha.