Acordo mundial sobre plásticos deve avançar em 2025
O Acordo Global sobre Plásticos é uma iniciativa da Assembleia das Nações Unidas, aprovada em 2022, e os países signatários buscam formas de reduzir o consumo de plásticos e promover um uso mais sustentável do material. Entre os principais pilares está a economia circular, baseada em práticas de reutilização e reciclagem, com o objetivo de eliminar resíduos. No Brasil, pelo menos 60% das empresas já adotam esse modelo, seja com plásticos ou outros materiais, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
As discussões começaram oficialmente em 2022, no Uruguai, e, em 2024, uma nova rodada de negociações reuniu cerca de 170 países na Coreia do Sul, mas o encontro terminou sem consenso. Uma nova reunião está prevista para este ano, ainda sem local definido. A resistência de países com forte atuação na indústria do petróleo, como Rússia, Irã e Arábia Saudita, tem sido um dos principais obstáculos ao avanço do acordo.
Além disso, há incertezas quanto ao financiamento necessário para a adoção global da economia circular. Um grupo de aproximadamente 100 países, incluindo o Brasil, demonstra alinhamento nas propostas e isso tem alimentado o otimismo de que um acordo possa finalmente ser concluído ainda em 2025. O plástico é amplamente utilizado e apresenta alta capacidade de poluição, devido à sua lenta decomposição. Por isso, um acordo internacional é visto como fundamental para o futuro ambiental do planeta. Entre os principais compromissos discutidos estão: Estabelecimento de metas para a redução na fabricação de plásticos; Eliminação de substâncias tóxicas desnecessárias ao longo do ciclo de vida do material; Rejeição de soluções consideradas ineficazes, como a queima e a reciclagem química ; Promoção de estratégias de resíduo zero, com foco na redução do consumo e no reaproveitamento e Garantia de condições justas de transição para catadores de materiais recicláveis.
Segundo o Center for Climate Integrity, uma ONG dos Estados Unidos, apenas 9% do plástico utilizado no mundo é reciclado. No Brasil, o índice é ainda menor: apenas 1,3%. Ainda assim, especialistas enxergam avanços positivos nas discussões e nas soluções tecnológicas que vêm surgindo para tornar a indústria do plástico mais inteligente. O material continua essencial em diversos setores da economia, e a busca é por formas mais conscientes de utilização. De forma geral, o problema não está no plástico em si, mas na maneira como ele é utilizado e descartado. Dessa forma, o desafio é garantir que seu uso traga benefícios sem causar impactos ambientais negativos.