Impact Hub lança guia técnico para direcionar recursos à Amazônia

21/11/2025
O Blueprint reúne métricas, recomendações de mensuração e frameworks internacionais como IMP e IRIS+, além de apresentar modelos híbridos de financiamento que combinam capital privado, recursos públicos e filantropia.

Rede global com mais de 110 hubs em mais de 65 países, dedicada a promover o ecossistema da economia de impacto e desenvolvimento sustentável, o Impact Hub São Paulo lançou o Blueprint “Transformando capital em impacto climático”, um guia técnico construído com especialistas nacionais e internacionais para orientar investidores e reduzir barreiras no financiamento de climate techs e negócios de impacto na região. Segundo Marcus Bessa, cofundador do Impact Hub Manaus, a participação na COP permitiu apresentar os projetos conduzidos pela organização, destacando o envolvimento das comunidades, dos empreendedores e a diversidade de modelos de negócio presentes na região. Ele afirma que essa aproximação tem ajudado investidores a compreender melhor as necessidades do território e a importância de instrumentos financeiros mais flexíveis.

O Blueprint reúne métricas, recomendações de mensuração e frameworks internacionais como IMP e IRIS+, além de apresentar modelos híbridos de financiamento que combinam capital privado, recursos públicos e filantropia. O objetivo é oferecer um conjunto de parâmetros claros que reduzam riscos, aumentem a transparência e evitem práticas de greenwashing, desafio recorrente em mercados que ainda carecem de padronização e comprovação de impacto. O documento incorpora também análises de especialistas em finanças sustentáveis e inovação climática, como Aline Saules Decarli (GIZ Brasil), Ezra Bender (GIZ), Danilo Zelinski (KPTL), Dr. Johannes Lenhard e Dr. Emeka Nwankwo (Reframe Venture). Em parceria com GIZ, CATAL1.5ºT, PoMuC e IKI, o Impact Hub São Paulo lançou o Hub de Inovação Climática. Pelo Impact Hub, a coordenação é conduzida por Ana Hoffmann (gestora de inovação sustentável) e Henrique Bussacos (diretor e cofundador).

O programa impulsiona projetos climáticos em diferentes estágios, oferecendo suporte técnico, conexão com investidores e fortalecimento de soluções voltadas à Amazônia legal. Na visão das lideranças “enquanto trabalhamos com esses empreendedores, também nos envolvemos na sensibilização de investidores em relação a agenda climática, reduzindo barreiras no diálogo entre essas duas pontas. Somos Makers, fazedores, nosso papel é trazer soluções mostrando que é possível colocar os negócios a serviço das pessoas e do planeta”.

Para Lícia Mesquita, presidente da Associação Impact Hub no Brasil, o desafio no pós-COP é transformar o debate em instrumentos permanentes de financiamento. “Os negócios em estágio inicial ou estabelecidos fora dos grandes centros ainda enfrentam barreiras para acessar capital. A instituição tem atuado para ampliar modelos híbridos, fortalecer parcerias e apoiar empreendedores na adoção de métricas robustas”. O Blueprint busca contribuir com esse processo ao oferecer um conjunto de referências técnicas que reduz incertezas e facilita a alocação de recursos. Para o Impact Hub, consolidar a ferramenta no pós-COP é essencial para que o capital climático avance no território e gere impacto mensurável.