Fluvimar usa três toneladas de garrafas PET para flutuar embarcações
A fábrica de embarcações paranaense Fluvimar decidiu dar um destino diferente para milhares de garrafas PET que iriam parar no lixo, nos rios e mares. “Antes do ESG virar moda, a gente já olhava para o meio ambiente com responsabilidade. O uso das PETs veio lá atrás, como uma alternativa eficiente, econômica e ambientalmente correta. Hoje, a gente utiliza cerca de três toneladas anuais de garrafas PET só para a flutuação das embarcações”, explica Raquel Oliveira, CEO da Fluvimar.
O sistema é simples e inteligente onde as garrafas recicladas são armazenadas dentro de compartimentos estanques nos cascos dos barcos, garantindo estabilidade, segurança e, claro, evitando que toneladas de plástico sejam descartadas de forma inadequada. “A PET cria uma câmara de ar superleve e resistente. Não fura, não vaza e ainda ajuda a reduzir o uso de isopor, que é muito mais agressivo ao meio ambiente”. As garrafas PET reaproveitadas servem como sustentação de vários tipos de embarcações e estruturas flutuantes. "Essas garrafas formam a base de flutuação de vários modelos que a gente fabrica, desde plataformas e decks sobre a água até barcos de pesca, embarcações de transporte em rios, balsas menores e até flutuadores laterais de barcos de apoio", explica.
Além das PETs, a empresa também adotou outra prática sustentável. Toda a água captada pela empresa é utilizada para lavar os barracões, testar os barcos e fazer a limpeza final das embarcações vem de reservatórios próprios. “É mais uma forma de reduzir o impacto ambiental e fazer a nossa parte”, comenta. A preocupação com práticas ESG tem se tornado cada vez mais estratégica, inclusive para o setor náutico, e a preocupação com a sustentabilidade tem ganhado destaque entre os consumidores brasileiros. Pesquisa realizada pela EY em 2024 revelou que 60% dos brasileiros consideram a compra e o comportamento sustentável como princípios de vida, e 73% estão mudando para alternativas sustentáveis nos produtos que adquirem. “Hoje, o cliente quer mais do que um barco bonito ou robusto. Ele quer saber qual é a história por trás, como ele foi feito, qual o impacto que aquela compra está gerando. Esse olhar ambiental faz diferença, e para nós isso sempre foi natural”, reforça.