FIESP sedia debate estratégico sobre logística reversa e circularidade

17/05/2025
Um dos principais pontos debatidos foi a necessidade de decretar e regulamentar a logística reversa de embalagens de papel, além da ampliação de políticas públicas de educação ambiental.

Nesta semana, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) foi palco de discussões para o avanço da logística reversa e da economia circular no Brasil. A atividade integrou a sessão de aceleração do Fórum Mundial de Economia Circular (WCEF), reunindo lideranças setoriais, especialistas e representantes da sociedade civil com o propósito de discutir soluções concretas para o reaproveitamento de embalagens, materiais e recursos.

Ao conduzir dois painéis durante o evento, professor e advogado especialista em direito dos resíduos, direito ambiental e ESG, Fabricio Soler, enfatizou a importância de unir pensamento estratégico à execução prática. Segundo ele, é preciso ir além da teoria: "é um avanço concreto rumo à implementação da economia circular no país. Com troca, conhecimento e, principalmente, soluções." O foco central das discussões foi a criação de um sistema eficaz de logística reversa capaz de impulsionar a circularidade dos recursos, substituindo o modelo linear de consumo por práticas sustentáveis e regenerativas.

Um dos principais pontos debatidos foi a necessidade de decretar e regulamentar a logística reversa de embalagens de papel, além da ampliação de políticas públicas de educação ambiental. Os participantes defenderam que a mudança de mentalidade coletiva é essencial para que a economia circular se torne realidade — o que implica pensar desde o início da cadeia produtiva para não gerar resíduos e, ao final, recuperar materiais de forma inteligente e sustentável.

Aline Souza, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (MNCR DF) e da Secretaria da Mulher e Juventude da Unicatadores, destacou a importância da competitividade no setor da reciclagem. Para ela, é preciso investir em capacitação, estrutura e educação ambiental: “Com educação se informa, se produz para conscientizar e ensinar”, afirmou. Ela também ressaltou a necessidade de uma legislação mais aplicável e eficaz, que de fato entregue resultados tangíveis para o setor.

A troca de experiências entre setores, aliada à construção de consensos e à proposição de soluções práticas, evidencia que o país está no caminho para transformar resíduos em recursos, promovendo uma nova lógica de desenvolvimento mais justa, sustentável e colaborativa. (Por Luana Oliveira)